Vídeo. Vídeo e mais Vídeo



Somos extremamente visuais. E essa característica está transformando o mercado de comunicação das marcas desde o ano passado, ganhando ainda mais força a partir de 2015. O conteúdo visual – em especial o produzido em formato de vídeo – finca de vez suas bases no contexto do universo digital. Simplesmente pelo fato de que ele é consumido, e muito, pelo público conectado. E essa razão basta para atrair a atenção dos estrategistas de marketing e comunicação.

E se ainda há dúvidas, é só refletir um pouquinho. Se você for impactado por dois tipos de conteúdo, um em formato de texto e outro em formato de imagem ou vídeo, para qual deles você olhará primeiro? O resultado também vai depender da sua idade. Mas tenha certeza de que aqueles que possuem menos de 20 anos certamente vão preferir o formato em imagem ou vídeo. Além de fixar marcas, ideias e conceitos, o vídeo tem uma função específica de facilitar o processo de assimilação da informação.

E não preciso de muitas pesquisas ou dados para confirmar isso. Ainda assim, vamos reforçar. Regina Blessa, em seu livro Merchandising no ponto-de-venda, cita, por exemplo, um estudo da Veronis, Shler & Associados que indicam que os sentidos humanos atuam na percepção e no modo como aprendemos. De acordo com o levantamento, a ordem é: 1% pelo paladar, 1,5% pelo tato, 3,5% pelo olfato, 11% pela audição e 83% pela visão.

Outro dado relevante é que o YouTube é o segundo buscador mais acessado pelos usuários de internet. Isso significa que, quando a pessoa não encontra ou não identifica a resposta do Google para sua pesquisa, a segunda alternativa é a plataforma de filmes. As pessoas não querem mais ler, mas assistir aos resultados de buscas.

Há vários movimentos que confirmam essa nova dinâmica da comunicação. O primeiro deles é o que vem sendo chamado digital first, em que as marcas primeiro usam o digital como plataforma de lançamento de informações, campanhas e iniciativas, antes de levar essas mesmas ações para os meios tradicionais. Comerciais exclusivamente produzidos para canais de empresas no YouTube fizeram tanto sucesso que ganharam as telas da TV, invertendo a lógica e o fluxo (antes, esses canais eram utilizados apenas como repositórios de vídeos lançados na televisão). Foi o que fez a marca Ninho, da Nestlé, com seu vídeo "HiNinho" durante a Copa do Mundo de 2014 – o filme saiu do digital e virou comercial de TV no intervalo dos jogos do mundial.

Outras preferem dividir as produções em uma parte para os meios tradicionais, outra para internet. Mas reservam uma parcela ou uma ativação importante da produção somente para o universo online, caso da estratégia da T-Mobile nos Estados Unidos, durante o Superbowl 2015.

A briga de gente grande da indústria também sugere a importância do vídeo. O Facebook vem dando grande destaque (e até mesmo mais alcance) para atingir o público por meio de vídeos em sua ferrenha briga com o Google, detentor do YouTube.

O próprio YouTube, ao criar uma campanha offline no Brasil, com cartazes espalhados pelas cidades em pontos de ônibus, por exemplo, apenas aponta que o que ele quer mesmo é se provar como uma mídia tão poderosa e de audiência tão relevante como as grandes emissoras do País e, claro, lutar por maior verba publicitária destinada a elas.

Até mesmo o Twitter passou a oferecer o recurso de gravar e compartilhar vídeos em sua linha do tempo, pensando no potencial desse tipo de comunicação, e adquiriu o Periscope, fechando as portas de sua API (Interface de Programação de Aplicações ou Interface de Programação de Aplicativos) para o novo fenômeno em plataforma de vídeos via streaming, o Meerkat. Não podemos deixar de lado, ainda, o YouNow, novo palco digital para que as pessoas transmitam, ao vivo e ainda faturem com isso, suas próprias vidas na internet.

Soma-se a isso outras duas estrelas do universo digital participando ativamente desse contexto. Netflix – que já ultrapassou a marca de 50 milhões de assinantes no mundo – e a Amazon entraram pra valer na produção de séries proprietárias. Todos os grandes players querem a sua fatia desse enorme bolo.

Já parou para pensar no quanto a sua marca está preparada para essa avalanche de formatos e modelos de vídeos no universo digital? A queda de alcance das plataformas sociais vem forçando as companhias a investir em plataformas proprietárias, criar seus próprios canais de comunicação com seus públicos. E, muito provavelmente, o público espera uma experiência que considere vídeo, vídeo e mais vídeo.

Artigo de Eduardo Vasques, head de mídias sociais da TV1.Com

Moisés Cainãn

Designer Gráfico, especialista em Mídias Digitais, Geek amante de Tron, Senhor dos Anéis, Deadpool, quadrinhos, desenhos, anime, video-game, filmes, séries, Marvel, DC, cachorros, gatos, tecnologia, etc...

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